sexta-feira, 6 de maio de 2011

Pólvora, Pó e Purpurina

Semana peculiar. Há sempre sobre o que falar, mas fica cada vez mais interessante a vida cotidiana. Voltamos nossas atenções para relevâncias, irrelevâncias, avanços, retrocessos.

No mundo, comemorações e revoltas pela morte de Um. Diz-se que não se trata de Um, e sim de Nenhum. De que ele não teria importância para a humanidade. De que vai tarde. E coroam a nação que o matou. Não entro no mérito do ocorrido, e sim das consequências dele. Agimos como deuses nos permitindo por momentos julgar o que é repudiável, atirar pedras, expulsar intrusos e comemorar com excessos. Pura ilógica. Não refletimos que jogar uma bola na parede, é fazer com que ela volte. E a intensidade, nós damos. Risos e abraços por sangue derramado não são louváveis. Vítima e algoz são pontos de vista. Simples assim. Comemore e chore por seus próprios erros e acertos. Se tiver faltando problemas, compre um gato, um cachorro e arrume um emprego em informática. Você ficará mais ocupado e terá menos tempo de se achar perfeito.

No Brasil uma nova droga surge: Oxi. Uma abominável consequência de nossa própria negligência. Sem políticas concretas e estrutura familiar sólida, perderemos mais um punhado de jovens para um pedaço de pedra podre. E sem entender as causas, apenas chorando os efeitos. Enquanto tivermos mais tempo para o trabalho, dinheiro, status e mau humor, maior será nosso número de drogados, marginais e delinquentes. E convenhamos, eles são como nós, mas tinham a cabeça mais vazia no momento em que escolheram os próprios flagelos.

Mas nem tudo é angústia e ranger de dentes. Temos dois avanços que minimizam os problemas futuros: união civil dos gays e campanha de desarmamento. Atrasados, mas antes tarde do que nunca, cabeças públicas agiram bem. E fiquemos felizes por isso. Não oprimir um filho que quer usar saia e ensiná-lo que sem armas ele estará mais protegido é progredir, sair da caixa, dar um passo na escada rumo ao nirvana. E são passos assim que reformularão a sociedade e nos levarão à tão almejada e um tanto distante: felicidade.

Will.