quarta-feira, 1 de junho de 2011

É isso aí

http://www.mudeumavida.org.br/index.asp

De todas as coisas que ganhei nesta vida
A melhor delas é me sentir diferente
Olhar para o lado e não me achar gente dessa gente
Nem superior nem inferior apenas diferente

Um fandango azul, um pastel recheado de tabu

Do que riem no almoço não acho graça
Do que acham anormal gosto de graça
Do que acho normal fazem pirraça

Sinto que nenhum amor é maior que o meu
Que nenhum abraço é mais sincero que o meu
Que nenhum olhar é mais profundo que o meu

E o que dizer desse lugar
Onde mentir é melhor que sorrir
Onde chorar é melhor que cantar
Onde ignorar é melhor que um olhar
Onde gostar substitui o amar
E o amar confunde-se com acasalar

Satisfaz-te esse lugar?
Encara, é o melhor que podes tentar
Não me compraz, não me satisfaz
Já beira o tanto faz esse lugar

E o mais complicado desse dilema
É que gosto de cada problema
Cair, levantar e conquistar o emblema

Além de ter sempre a lembrança
Que a tempestade jaz ante a bonança
Que na lista de óbito não se a encontra a esperança
E que nada nesse planeta
Já foi ou será mais lindo de olhar
Que o puro, doce e salutar
Sorriso de uma criança.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Pólvora, Pó e Purpurina

Semana peculiar. Há sempre sobre o que falar, mas fica cada vez mais interessante a vida cotidiana. Voltamos nossas atenções para relevâncias, irrelevâncias, avanços, retrocessos.

No mundo, comemorações e revoltas pela morte de Um. Diz-se que não se trata de Um, e sim de Nenhum. De que ele não teria importância para a humanidade. De que vai tarde. E coroam a nação que o matou. Não entro no mérito do ocorrido, e sim das consequências dele. Agimos como deuses nos permitindo por momentos julgar o que é repudiável, atirar pedras, expulsar intrusos e comemorar com excessos. Pura ilógica. Não refletimos que jogar uma bola na parede, é fazer com que ela volte. E a intensidade, nós damos. Risos e abraços por sangue derramado não são louváveis. Vítima e algoz são pontos de vista. Simples assim. Comemore e chore por seus próprios erros e acertos. Se tiver faltando problemas, compre um gato, um cachorro e arrume um emprego em informática. Você ficará mais ocupado e terá menos tempo de se achar perfeito.

No Brasil uma nova droga surge: Oxi. Uma abominável consequência de nossa própria negligência. Sem políticas concretas e estrutura familiar sólida, perderemos mais um punhado de jovens para um pedaço de pedra podre. E sem entender as causas, apenas chorando os efeitos. Enquanto tivermos mais tempo para o trabalho, dinheiro, status e mau humor, maior será nosso número de drogados, marginais e delinquentes. E convenhamos, eles são como nós, mas tinham a cabeça mais vazia no momento em que escolheram os próprios flagelos.

Mas nem tudo é angústia e ranger de dentes. Temos dois avanços que minimizam os problemas futuros: união civil dos gays e campanha de desarmamento. Atrasados, mas antes tarde do que nunca, cabeças públicas agiram bem. E fiquemos felizes por isso. Não oprimir um filho que quer usar saia e ensiná-lo que sem armas ele estará mais protegido é progredir, sair da caixa, dar um passo na escada rumo ao nirvana. E são passos assim que reformularão a sociedade e nos levarão à tão almejada e um tanto distante: felicidade.

Will.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Boa Páscoa

Nossa inferioridade irradia nesses tempos...
Exaltamos a morte, perdendo o tempo da vida. Nosso desconhecimento acortina a verdade e a falsa moralidade nos afasta dela. Acolhemos momentos humanos como troféus inquebrantáveis e os polimos numa estante não mais que perecível. Flagelar-se? Não comer carne? Jejuar abusos por alguns dias? E passada a data, voltar a ser você mesmo? E onde está a progressão moral e desenvolvimento do amor próprio e coletivo? O Cristo no seu amor infinito desceu até nós e nos exemplificou como viver, e não como morrer. Ao contrário, exaltou sempre a imortalidade da vida, nossa origem no mesmo Criador, e um lar tão infinito quanto o próprio cosmos. Percebam amigos a grandiosidade dessa tarefa, e a sabedoria profunda nesses exemplos. Então, exatamente em homenagem a Ele, sejamos nós mesmos nesse feriado. Sem hipocrisia, mas sem exageros. Respeitando-se e respeitando o alheio. Responsabilizando-se pelos próprios atos e aceitando os efeitos. Crendo na vida futura, aprendendo com a vida pregressa e valorizando o momento presente. E dessa maneira, como alguém já disse, é da experiência da vida que o homem evoluirá. Sem dogmas, preceitos, ritos e mitos. Para evoluir e ser feliz no processo bastam duas coisas que não são simples: amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a ti mesmo. Agora, pratiquemos isso sempre, e não apenas em calendários humanos. É assim que homenageamos o Cristo, é assim que homenageamos a Vida. Boa Páscoa.

domingo, 17 de abril de 2011

Contraste moral

Curiosa a Mãe Natureza
Só não mais que a humana proeza
De manchar com metal sua eterna beleza
Construir sobre a areia uma falsa certeza
Por cartas insólitas sobre a manca mesa
Ousar sobrepor a Infinita Madureza
E no processo transpor sua vã pequeneza
De tentar
Retentar
Se frustrar
E aceitar
Que a curiosidade
Não vencerá
a curiosa Mãe Natureza.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Emoções, sentimentos

Consome
não saber seu nome
Buscando
sem saber aonde
Ver-te nos cantos
até que você some
Tento disfarçar-me,
esconder-me
não sei mais onde
Até que consigo,
agora sei seu nome
Dura tarefa
me levou do nada ao longe
Pena que o fruto
foi nada mais que um nome.
Teu nome.

E agora?
O que fazer com as palavras
Nem mortas nem vivas
Apenas palavras
Não amam não sofrem
São apenas palavras
Não ganham não perdem
Mas são além do que Nada
Nos deixam felizes, tristes
As não ditas palavras
É quando aprendemos
Que não precisamos delas
Para simplesmente, amá-las.

Apenas que sem palavras
Sem os nomes
Restam apenas amores
Amores vis
créis e sutis
Que levantam e caem
Ao simples iludir
Que rasgam e sangram
No prazer de sentir
E que destróem a metáfora
Do viver, Ser feliz
Mas sem os quais
Não é possível
Se conhecer, progredir
E fortalecer as muralhas
Do Eterno Existir
Para enfim conseguirmos
Do viver, Ser feliz.