domingo, 3 de maio de 2009

Virada Cultural

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Mais uma vez temos a evidência de que o corpo social não tem cabeça, é só instinto. As ruas de São Paulo neste fim de semana tinham programas do ameno ao selvagem.

Alguns metros de distância separavam uma bela apresentação de pianos de um grupo de jovens subindo em um ônibus público enquanto assistiam os colegas empurrando-se na multidão que dominou as ruas.

Houve momentos em que eu duvidei se estava numa praça ou no meio de alguma avenida. Os carros forçavam uma passagem que lhes eram direito e a multidão simplesmente se apoiava formando um conglomerado que só dissipava quando motos da polícia civil cavavam caminhos.

Nos pontos de ônibus mais afastados, a quantidade de pessoas só aumentava pois a frota dali alguns metros enfrentava o que beirava uma cena do Spielberg.
No metrô nem se fala, você muitas vezes não pôde escolher qual caminho seguir tamanha a quantidade de pessoas que se empurravam. Quando o trem finalmente chegava, aplausos ecoavam e começava a confusão. Um jovem do meu lado deu empurrões...digo solavancos...digo...pense em você no meio do campo de uma final de futebol americano. Era pior.

Num determinado show ao vivo, as pessoas no meio da multidão não se preocupavam em fazer o que for para afastar as pessoas e sair do ambiente. Houve uma garota que simplesmente rodopiou sua lata de cerveja molhando por volta de 15 pessoas ao seu redor, incluindo a mim. Escutava-se: "pára sua lôca!", "eu vou matar essa vadia!", "vai tomar no (...)", e assim vai, de bocas que há alguns minutos ecoavam sua vontade de estar no meio da multidão. Incoerência.

Mas não se conclua com o que ocorreu de ruim. O evento é sim cultural e só passei por essas coisas por escolha própria, porquê quis participar dos eventos ali envolvidos.

Havia lugares tranquilos com pessoas que se respeitavam e curtiam a madrugada para si, não para os colegas, mostrando atos de selvageria. Os eventos abordavam todos os gostos e pessoas e houve policiamento em todos os lugares em que passei. Na dúvida de determinado evento, placas ao longo das ruas mostravam que caminho seguir para aqueles desprovidos do completo guia distribuído dias atrás. A diversidade de pessoas era enorme como só o Brasil consegue mostrar.

Foi uma aventura pela qual com certeza passarei novamente no próximo ano!

Will.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Vacas, porcos, frangos e mosquitos

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Fica evidente o que certa vez ouvi de um amigo: a sociedade pode até ter evoluído no diagnóstico, mas ainda é deficiente na solução.

Pois bem, os novos problemas na área da saúde nos fazem refletir sobre o quão somos vulneráves à tudo. A "saúde de ferro" é relativa ao que já se conhece. Estamos suscetíveis ao desconhecido e portanto fica óbvia a postura devida: respeito mútuo e diminuição nas excessividades.

Quando o exemplo maior disse: "Sois deuses, podeis fazer o que faço, e muito mais...", estava mostrando que com amor e conhecimento podemos alçar vôos maiores e galgar novos horizontes.

Mas algum tempo depois, a fotografia é de que fazemos o contrário. Sobrepujamos os valores alheios para dar lugar aos nossos, na infrutífera sensação de poder.

O resultado é que ficamos cegos às soluções dos problemas sociais e qualquer mosquitinho nos derruba em strike.

Fica claro que sem nos ajudarmos e vivermos em sociedade totalmente integrada, novos problemas surgirão sob nossos narizes e a tendência é piorar.

Então, antes que surja a gripe do cachorro, do canário, da lagartixa ou da barata, vamos nos respeitar mais.

Will.